Quem foi o homem que eternizou o Brasil como ‘país do futuro’?

Logo após o carnaval de 1942, no dia 23 de fevereiro, Stefan Zweig e Lotte, sua esposa, foram encontrados mortos na casa onde moravam em Petrópolis, na serra fluminense. Copos com resquícios de uma substância tóxica e mensagens endereçadas aos amigos confirmavam o que Stefan registrou num carta: deixavam a vida por vontade própria. Uma mistura de desolação pessoal com descrença na humanidade seria o motivo do suicídio. Judeu austríaco, as perseguições e assassinatos nazistas fizeram com que Zweig, escritor já consagrado, deixasse a Europa e viesse para o Brasil, terra por onde já havia perambulado em outras duas oportunidades.

Intelectual com uma obra vastíssima, coisa de mais de cinquenta volumes, Zweig criou ficções, dedicou-se a estudos biográficos, escreveu longos ensaios e pensou a literatura de gigantes como Tolstói, Balzac e Dostoiévski. Sobre este, aliás, a Nova Fronteira lançou há pouco “Dostoiévski: Vida e Obra”, mais um recorte da obra de Zweig que pipoca em nossas livrarias. Outra casa que há pouco também investiu num título do autor é a Fósforo, responsável por “O Livro do Xadrez”, novela simpática, talvez esquemática demais, nada deslumbrante ou imprescindível, escrita pelo austríaco pouco antes de sua morte.

Interessante notar que nem sempre as atenções de Zweig se concentraram em figuras históricas de óbvio destaque. Exemplo disso é “Joseph Fouché – Retrato de um Homem Político” (Zahar), biografia com forte pegada ensaística sobre uma figura que, ao longo da carreira, soube avaliar muito bem para onde os ventos sopravam para, mesmo à sombra, conquistar espaço na política e manter uma dose considerável de poder em suas mãos.

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