Diante das recentes tensões na Ucrânia, envolvendo Rússia e Estados Unidos, as dúvidas sobre um possível conflito internacional aumentaram — inclusive no Brasil. O portal de notícias UOL trouxe a opinião de quatro especialistas em relações internacionais que explicam por que uma guerra mundial dificilmente deve acontecer.
Entre 2 e 9 de fevereiro, segundo o Google Trends, a busca pelos termos “A terceira guerra mundial está próxima” cresceu 750%, no Brasil, enquanto a procura por “Como seria a terceira guerra mundial” aumentou em 180%.
Segundo reportagem da Reuters, uma autoridade russa de alto escalão acusou os Estados Unidos e a Europa de aumentar a pressão política sobre Moscou ao fornecer armas e munições para apoiar a Ucrânia. A Rússia concentrou soldados perto do país, mas nega qualquer plano de ataque. Ainda assim, a situação é tensa.
Para os especialistas ouvidos pela reportagem, é preciso considerar que uma guerra mundial, hoje, implicaria em um conflito essencialmente nuclear. E é justamente o conhecimento do potencial deste armamento que poderia frear a decisão por um conflito, na prática.
“O custo de fazer um ataque nuclear é fatal para o próprio atacante”, afirma Sebastião Velasco e Cruz, coordenador do INCT (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) para estudos sobre os Estados Unidos e também professor de ciência política e relações internacionais da Unicamp.
O professor de relações internacionais da ESPM Gunther Rudzit afirma que um conflito entre Estados Unidos, Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Rússia é um risco para a própria humanidade.
“Na época da Guerra Fria, as armas nucleares tinham o potencial de destruir a Terra 33 vezes. Hoje, tem o poder de destruir 16. A gente não precisa de tudo isso, temos só uma Terra. Esse é o freio para os dois lados”, alega.