Se Charles Darwin explicou como a vida evoluiu, ainda sobrou uma pergunta no ar: como a vida surgiu? As teorias mais populares, religiões e outras crenças à parte, creditam o fato a uma sopa primordial, um relâmpago e um golpe de sorte. Mas e se, em vez disso, a origem e a evolução da vida seguirem as leis fundamentais da natureza?
Em 2013, o físico do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) Jeremy England propôs uma ideia completamente diferente e chocante: ele sugeriu que a vida é um produto inevitável da termodinâmica. Em vez de ser um evento excepcional e raro, ele considera que o desenvolvimento da vida é “tão surpreendente quanto rochas rolando morro abaixo”.
Chamado de “novo Darwin”, England utiliza argumentos de física estatística para explicar o surgimento espontâneo da vida e, consequentemente, a síntese moderna da evolução. O cientista chama esse processo de “adaptação orientada por dissipação”.
A hipótese sustenta que grupos aleatórios de moléculas podem se auto-organizar para absorver e dissipar de forma mais eficiente a energia do meio ambiente. Com isso, ele afirma que tais sistemas auto-organizados são uma parte essencial do mundo físico.
Segundo England, a sua teoria visa ressaltar, e não substituir, a teoria da evolução por seleção natural de Charles Darwin, que oferece uma descrição convincente da vida no nível dos genes e das populações. O físico acredita que, de uma perspectiva da física, a evolução darwiniana pode ser tratada como um caso especial de um fenômeno mais geral.