A reunião de três institutos recheados de oficiais das Forças Armadas resultou na elaboração do documento “Projeto de Nação”, com propostas para serem implantadas no país até 2035. O texto de 93 páginas chama a atenção por ideias controversas como a cobrança do atendimento pelo SUS, o fim da autonomia universitária, sugestão de ocupar a Amazônia e oposição ferrenha ao “globalismo”, termo adotado pelo governo de Jair Bolsonaro para se referir à interdependência entre as nações.
Para o antropólogo Guilherme Lemos, da Universidade Federal de São Carlos, que pesquisa o papel das Forças Armadas no Brasil, o documento tem como base a criação de um Centro de Governo, que seria um órgão independente da administração federal e que cuidaria de implantar as propostas sem ser afetado pelas mudanças de governo resultantes do processo eleitoral.
“Equivale basicamente a você retirar das mãos civis, e sobretudo do próprio processo eleitoral e de alternância do poder da população escolhendo um representante, e colocar o poder nessa ‘administração’ do governo federal que não varia com as mudanças dos desejos do eleitor”, alertou o pesquisador.
UOL