“Se a gente não provar que está menstruada, não toma a injeção do mês. Exigem que a gente mostre o absorvente para tomar o anticoncepcional.” Esse é o relato de uma das oito mulheres que preferem não se identificar, mas foram ouvidas pela sanitarista e ativista Maria Giovana Fortunato. A profissional, que trabalha com projetos sociais de saúde coletiva em regiões de vulnerabilidade da cidade de Americana (a 129 km de São Paulo) fez a denúncia nas suas redes sociais no final de março.
Em entrevista ao Uol, Maria Giovana disse que os relatos se referem ao comportamento de profissionais da saúde de pelo menos duas UBS (Unidades Básica de Saúde) de Americana. “Elas disseram que era uma prática comum. A enfermeira acompanha a paciente até o banheiro, fecha a porta e pede para ver o absorvente.” A aplicação do contraceptivo injetável acontece durante o período menstrual, mas o dia exato pode variar dependendo do tipo da medicação.