O dólar tem surpreendido nos últimos dias, com uma forte queda em relação ao real, mesmo em meio à guerra na Ucrânia e à alta de juros nos Estados Unidos.
Normalmente, esses dois fatores levariam o real brasileiro a perder força, devido à aversão ao risco e à maior atração de recursos para a economia americana.
Mas a combinação de Selic em dois dígitos, commodities em alta, bolsa brasileira barata e saída de investimentos da Rússia e leste europeu rumo a outros mercados emergentes ajuda a explicar como o dólar, que chegou próximo dos R$ 5,80 em 2021, é negociado agora abaixo dos R$ 5, tendo chegado aos R$ 4,84 nesta quarta-feira (23/3), menor patamar desde março de 2020.
Analistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que, com a perspectiva de commodities em alta por mais tempo e de o Banco Central subir ainda mais os juros no Brasil, o real pode continuar se fortalecendo no curto prazo e o dólar atingir novos patamares de baixa.
No entanto, os economistas acreditam que esse movimento não deve se sustentar num prazo mais longo. Com a perspectiva de uma alta mais forte dos juros nos EUA e as eleições em outubro, eles avaliam que o dólar pode voltar a ganhar força mais adiante.