Planos de ataque no Brasil e ligação com PCC: as investigações da PF sobre o Hezbollah no país

A Polícia Federal prendeu duas pessoas que teriam ligações com o grupo libanês Hezbollah. Há anos, autoridades brasileiras investigam possível ligação do Hezbollah com PCC na Tríplice Fronteira.

A prisão de dois brasileiros suspeitos de integrarem o grupo libanês Hezbollah e de planejar ataques contra a comunidade judaica no Brasil lançou luz sobre a presença e a atuação da organização islâmica xiita em território nacional.

As investigações, que contaram com o apoio de serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel, apontam que um grupo de pelo menos quatro pessoas já teria mapeado possíveis alvos para ataques em diversos pontos do Brasil, inclusive contra a Embaixada de Israel, em Brasília. Procurada, a Embaixada de Israel não quis comentar.

A BBC News Brasil apurou que na operação desta quarta-feira (8/11), além do governo israelense, também houve colaboração de agências de segurança dos Estados Unidos.

Batizada de Operação Trapiche, a ação da PF também incluiu dois mandados de prisão contra outros dois brasileiros que estão fora do Brasil e que seriam descendentes de libaneses. De acordo com investigadores da PF ouvidos pela BBC News Brasil, essas duas pessoas já estariam na lista de procurados da Interpol.

Ainda de acordo com as fontes ouvidas pela BBC News Brasil, os planos para ataques coordenados contra alvos judaicos no Brasil teriam sido intensificados após o início dos conflitos entre o grupo palestino Hamas e o governo de Israel na Faixa de Gaza. No último dia 7 de outubro, o grupo palestino Hamas promoveu ataques brutais que mataram cerca de 1,4 mil pessoas em Israel e que detonaram a atual guerra.

Mais de 10,5 mil pessoas foram mortas em Gaza desde então, segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, incluindo mais de 4,3 mil crianças.