O Brasil quer a presença de Vladimir Putin para a cúpula do G20, que ocorre no segundo semestre de 2024. A afirmação é do assessor especial da presidência, embaixador Celso Amorim. Em entrevista exclusiva ao UOL, um dos principais artífices da nova inserção brasileira insiste que, sem a Rússia, a conferência do G20 seria “incompleta”.
Como presidente do bloco, o Brasil receberá todos os líderes em uma cúpula no final do próximo ano. Mas Putin foi denunciado pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) por crimes na Ucrânia e, pelas regras da corte, sua presença no território de um país-membro do Tratado de Roma exigiria que o Brasil prendesse o russo e o entregasse para Haia.
Amorim questiona o fato de que “outros criminosos” não foram punidos pela corte e insiste que não há como ignorar a Rússia. O diplomata alerta que não se pode premiar Putin pela invasão da Ucrânia. Mas defende que se busque uma solução para a crise.
“Temos de levar em consideração o sofrimento dos ucranianos e não podemos premiar a invasão, que é uma quebra da Carta da ONU”, disse. “Mas também teremos de ser realistas e ver o que é possível”, disse.