“Não é a quantidade de SUVs o que mais me preocupa. É o futuro do carro de entrada.” Esta frase, de um executivo de marketing e vendas de uma grande montadora, foi o início de uma conversa com um toque sombrio sobre o futuro dos modelos zero km mais acessíveis do Brasil.
Os carros brasileiros estão com preços em disparada desde o início de 2020. A pandemia, a falta de insumos e as altas do dólar e inflação pioraram um problema que já vinha se desenrolando na indústria há algum tempo.
Atualmente, mês a mês há algum aumento, e o carro zero km mais barato do Brasil já passa dos R$ 60 mil. E há uma má notícia. De acordo com fontes ouvidas pela coluna, as montadoras estão segurando os preços dos modelos de entrada. Para que voltem a gerar margem para suas fabricantes, teriam de custar bem mais.
É que, além do panorama acima, todos os demais custos estão muito altos. O transporte de veículos e peças, por exemplo, ficou quatro vezes mais caro que há cerca de quatro anos. Mas como repassar esse reajuste aos veículos de entrada, se o público-alvo desses automóveis perdeu poder aquisitivo nos últimos cinco anos?