Estúdio-escola vai produzir animações brasileiras em Minas Gerais

Animaparque é parte do polo audiovisual da Zona da Mata

Um estúdio-escola voltado para o ensino e a produção de animações foi instalado no município de Cataguases, Minas Gerais. O Animaparque integra o Polo Audiovisual da Zona da Mata Mineira e começará a receber as primeiras produções no ano que vem. Inaugurado na última quinta-feira (30), o parque ocupa área de 10 mil metros quadrados e é gerido pela Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual (Apolo), com apoio do Grupo Energisa.

O espaço conta, em sua estrutura, com áreas para produção e pós-produção de audiovisual, estúdios, laboratório multimídia, áudio e trilhas sonoras, ateliês técnicos de cenografia, arte e figurino, camarins, sala de direção e base de produção.

“De 2010 para cá, o Brasil virou uma grande referência na produção de filmes de animação no mundo. Vários filmes nacionais ganharam repercussão no mundo, como O Menino e o Mundo [indicado ao Oscar de Melhor Animação de 2016] e Amor e Fúria. A partir de 2018, começamos a trabalhar aqui na região também com o setor de animação. O mercado de animação é potente, tem impacto no mundo todo. E a nossa intenção era perseguir essa vocação para a região”, afirma o diretor-presidente da Apolo, Cesar Piva. 

Entre as primeiras produções a serem recebidas pelo Animaparque está a animação O Pinguim Tupiniquim, baseada no livro homônimo da autora Índigo. O filme será produzido pela Coala Filmes, do animador Cesar Cabral, em parceria com o El Taller del Chucho, estúdio fundado pelo mexicano Guillermo del Toro. 

Outra produção prevista para o Animaparque será A Marcha dos Girassóis, animação em stop motion (modalidade em que o personagem é movimentado frame a frame pelas mãos do animador) da produtora mineira Tubz Estúdio Audiovisual. Ambas produções devem gerar 100 postos de trabalho. 

De acordo com Piva, projetos de animação têm prazo mais longo que outros tipos de produções audiovisuais. Um longa-metragem, por exemplo, pode levar mais de dois anos para ficar pronto, o que garante empregos por mais tempo.

Em termos de ensino, o Animaparque está recebendo o curso de graduação de tecnologias em cinema e animação, da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), que já está na segunda turma e se prepara para selecionar mais 30 alunos para o próximo semestre. 

“A universidade é a primeira instituição a ocupar esse espaço. Hoje ela está com 60 alunos e dez professores ocupando as salas de aula e laboratórios do Animaparque”, informa Piva. Segundo ele, esses estudantes já podem começar a se envolver nas produções que chegarão ao polo.  

Para a coordenadora de Investimento Social do Grupo Energisa, Delânia Azevedo, o grande diferencial do Animaparque é interiorizar a produção de animação no país e “fazer desenvolvimento com sustentabilidade, através da cultura”.