Geraldo (nome fictício), 74, mora com a filha em São Paulo desde 2020, quando a pandemia começou. Porém, desde então, a relação dele com o neto, 20 – que sempre foi de carinho -, se deteriorou.
Eu mexi na rotina da casa e entendo que isso incomoda. Dói ser sempre chamado de inútil, de chato, ainda mais por uma pessoa que amo e vi nascer, mas eu relevo. Ele é só uma criança.
As denúncias de violência contra pessoas idosas cresceram 47% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Somente nos seis primeiros meses de 2023, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, recebeu 65.331 denúncias de violência cometidas contra esse público, contra 44.458 no primeiro semestre de 2022. Pessoas idosas são o segundo grupo que mais sofre abusos, ficando atrás apenas das crianças e dos adolescentes.