Já contamos no UOL Carros que muitos carros fabricados atualmente trazem funcionalidades ocultas que podem ser desbloqueadas via software, por meio de empresas especializadas. Como esse tipo de desbloqueio não é feito em concessionária, a fabricante do veículo pode até anular a respectiva garantia.
De olho nesse mercado, as montadoras estão começando a cobrar elas mesmas para liberar recursos que seus carros já trazem de fábrica, mas são propositalmente desabilitados.
A liberação é do tipo “over the air”, ou seja, feita pela internet, como em telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos – sem a necessidade de instalação de hardware adicional.
A fabricante norte-americana de carros elétricos Tesla foi pioneira nessa estratégia para aumentar os lucros, destravando equipamentos pelos quais seus clientes já pagaram ou atualizando modelos mais antigos – sem a necessidade de visitar uma oficina credenciada.
A Tesla, por exemplo, tem cobrado por uma atualização de software que aumenta a autonomia dos carros, utilizando as baterias que eles já possuem.
Além disso, a montadora do bilionário Elon Musk requer o pagamento de US$ 9.000 (cerca de R$ 42,2 mil na conversão direta) para habilitar no sedã Model 3 o pacote Full Self Driving – a versão mais avançada do sistema de condução semiautônoma Autopilot.
Além disso, a montadora do bilionário Elon Musk requer o pagamento de US$ 9.000 (cerca de R$ 42,2 mil na conversão direta) para habilitar no sedã Model 3 o pacote Full Self Driving – a versão mais avançada do sistema de condução semiautônoma Autopilot.
Mais uma vez, vale a pena enfatizar: essa grana toda se refere a uma atualização nas linhas de código do carro, mantendo as câmeras e os sensores nele já instalados.
Algum tempo atrás, a BMW virou notícia ao cobrar assinatura para habilitar, por exemplo, o aquecimento dos bancos de veículos da marca alemã. Tudo pela internet.
Cavalos amarrados
A nova onda, agora, é aumentar a potência de carros, mediante pagamento adicional. Não se trata de trocar ou incrementar motor ou bateria em concessionária.
Na verdade, os veículos têm uma espécie de trava eletrônica que é liberada se o cliente abrir o bolso.
Tem casos nos quais esse custo extra é renovado anualmente. A filial da Mercedes-Benz nos Estados Unidos, por exemplo, anunciou recentemente a adoção dessa tática para dois de seus carros 100% elétricos, ao custo de US$ 1,2 mil (R$ 6,3 mil) a cada 12 meses.
A tal assinatura eleva em cerca de 60 cv a potência do sedã elétrico EQE e eleva em quase 100 cv a cavalaria do também sedã EQS 450.
A Volvo aderiu a essa tendência para o modelo Polestar 2 EV,, também movido a baterias. Por US$ 1.195 (R$ 6,3 mil), o veículo “ganha” 69 cv de potência e 2 kgfm de torque, totalizando 488 cv e 69,4 kgfm. A diferença é que, no caso do carro da marca sueca, você paga apenas uma vez por esse incremento.
Daqui a algum tempo, tudo indica que essa cobrança adicional vai se estender a carros mais acessíveis – à medida em que eles ficam mais conectados.