A fibra óptica chegou ao Brasil para melhorar as telecomunicações há quase meio século. Até agora, sua principal utilidade da fibra é o envio de dados por meio da luz. Isso permitiu levar maior velocidade e largura de banda para a internet.
Mas pesquisadores brasileiros estão trabalhando em outra função: transmitir energia elétrica. Liderado por cientistas do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), o projeto é similar a apenas outros dois realizados no mundo, na Espanha e no Japão.
A vantagem brasileira, porém, é ter uma aplicação prática bem estabelecida de partida. Como o desenvolvimento foi um pedido da Embraer, a energia elétrica via fibras ópticas pode tornar aviões mais leves, o que teria impacto direto no preço da passagem aérea. A previsão dos desenvolvedores é que as próximas aeronaves já tenham a tecnologia embarcada e a novidade já esteja presente nas telecomunicações em cinco anos.
Pouco antes da pandemia, a Embraer nos contatou para iniciar um estudo da tecnologia para transmissão de energia por fibra. Arismar Cerqueira Sodré Junior, coordenador de pesquisas do Laboratório WOCA (Wireless and Optical Convergent Access) do Inatel.