Brasileiros que vivem em Budapeste relatam que o avanço da extrema direita na Hungria foi marcado por censura, políticas anti-imigração, perseguição à comunidade LGBTQIA+ e contraste entre o interior, fortemente conservador, e a capital, mais liberal. Por outro lado, eles elogiam a segurança pública e a hospitalidade locais. Para eles, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, adotou o radicalismo como tática para abafar casos de corrupção em seu governo.
Foi a embaixada húngara no Brasil que recebeu o ex-presidente Jair Bolsonaro após operação da PF. O ex-presidente é aliado de Orbán, a quem considera “praticamente um irmão”. Apesar do papel insignificante da Hungria no cenário internacional, Brasília colocou Budapeste na rota de ministros do antigo governo brasileiro.
Há 14 anos no poder, Orbán é o chefe de governo há mais tempo em exercício na União Europeia, desde 2010. Ele é considerado referência por bolsonaristas, pela forma como controlou Judiciário, Parlamento e imprensa e pelo seu cerco à sociedade civil.