O combatente André Hack Bahi, 43, primeiro brasileiro morto na guerra da Ucrânia, carregava cicatrizes de conflitos anteriores quando atuava pela legião estrangeira francesa. Há seis anos, só escapou da morte em uma missão na Costa do Marfim porque estava com colete à prova de balas quando foi atingido por quatro tiros no peito —a área em que ele estava havia sido alvo de bombardeios e mísseis, segundo a família.
Resgatado às pressas de helicóptero, precisou ficar dois meses hospitalizado para se recuperar de um traumatismo craniano e de fraturas na mandíbula e tórax. Mas isso não o impediu de se alistar junto às tropas ucranianas há três meses. “Ele queria ajudar”, disse Letícia Hack, irmã mais velha de André, em entrevista ao UOL. O Itamaraty confirmou ontem a morte dele em um conflito no domingo (5).
Natural de Porto Alegre (RS), André tinha três irmãs mais velhas. Ex-militar do Exército, trabalhou por um período com o pai como técnico em eletrônica em uma empresa especializada em sistema de alarmes. Depois de atuar como técnico em Enfermagem, se mudou da cidade natal para a Islândia, onde trabalhou em uma peixaria. Mas não se adaptou e voltou menos de um ano depois.