O governo brasileiro está sendo alvo de uma intensa pressão por parte de potências ocidentais para que modifique sua postura em relação à guerra na Ucrânia e sua insistência em se abster em votações para excluir a Rússia de organismos internacionais.
A coluna apurou que diplomatas americanos e britânicos têm liderado a ofensiva, na esperança de ver o Brasil aderir ao bloco ocidental que tenta conseguir um isolamento completo de Vladimir Putin na cena internacional.
Se em vários países pelo mundo a pressão das grandes potências vem atrelada a uma ameaça de corte de apoio a certos programas de desenvolvimento, o cenário não tem se repetido no Brasil. No caso do país, porém, negociadores revelam que o que fica subentendido é que, sem uma mudança na postura do governo Bolsonaro, uma sonhada adesão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) não prosperaria.
Se, nos primeiros dias da guerra, o Brasil votou no Conselho de Segurança da ONU e na Assembleia Geral por condenar as ações dos russos, o Itamaraty passou a adotar uma postura bem mais moderada em todas as demais votações.