Aos 94 anos, Joseph Ratzinger — mais conhecido como o papa emérito Bento XVI — reagiu com “comoção e vergonha” ante um escândalo de pedofilia no qual o seu nome aparece implicado. Um relatório de 1.700 páginas encomendado pela Igreja Católica da Alemanha e elaborado pelo escritório de advocacia Westpfahl-Spilker-Wastl (em Munique) acusa Ratzinger de “inação” ante casos de abusos de crianças envolvendo quatro sacerdotes.
Então arcebispo de Munique e Freising, Ratzinger nada teria feito contra os suspeitos de pedofilia, entre 1977 e 1982, de acordo com o dossiê. “Acreditamos que ele possa ser acusado de má conduta em quatro casos. Dois deles dizem respeito a abusos cometidos durante o seu mandato, os quais foram sancionados pelo Estado”, explicou o advogado Martin Pusch, ao divulgar o documento. Apesar dos crimes comprovados, inclusive pelos tribunais, os dois padres permaneceram dentro da Igreja, sem que Ratzinger tomasse qualquer atitude.