Ataque a Moraes mostra que 8/1 não acabou, diz pesquisador do bolsonarismo

É uma triste coincidência que a agressão ao ministro Alexandre de Moraes e seus familiares por parte de um empresário bolsonarista, no aeroporto de Roma, tenha ocorrido quando João Cézar de Castro Rocha está lançando o livro “Bolsonarismo – da guerra cultural ao terrorismo doméstico” (Autêntica). Professor de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Castro Rocha se dedica há anos ao estudo das estratégias da extrema direita brasileira e na obra atual constata uma perigosa transformação. A agressividade dos bolsonaristas está passando do discurso para o enfrentamento físico.

“O bolsonarismo passou do limite da possibilidade de convivência na pólis”, afirmou o professor à coluna. “Ou nós reagimos agora ou as consequências para o futuro serão funestas”.

A tese que o pesquisador defende no livro é que a extrema direita liderada por Jair Bolsonaro deixou de lado a narrativa da guerra cultural e passou ao confronto real, que acontece de várias formas. Como, por exemplo, a agressão ao ministro Moraes. É o que chama de terrorismo doméstico.