Trinta anos atrás, um plano audacioso foi elaborado para espalhar dúvidas e convencer a população de que as mudanças climáticas não eram um problema. Uma reunião pouco conhecida — entre os responsáveis por algumas das maiores indústrias dos Estados Unidos e um gênio das relações públicas — estabeleceu uma estratégia que durou anos, com sucesso devastador. Suas consequências perduram até hoje.
Em uma manhã de outono de 1992, E. Bruce Harrison —amplamente reconhecido como o pai das relações públicas ambientais — fez uma apresentação como só ele conseguiria fazer diante de uma sala repleta de líderes industriais americanos.
Estava em jogo um contrato de meio milhão de dólares por ano — cerca de R$ 5,5 milhões hoje.
O cliente em potencial era a Coalizão Global do Clima (GCC, na sigla em inglês), que representava as indústrias do petróleo, carvão, automóveis, serviços, aço e ferrovias. A GCC procurava um parceiro de comunicação que mudasse a narrativa sobre as mudanças climáticas.