O ex-deputado Roberto Jefferson, supostamente, continua desenhando as diretrizes do PTB, mesmo após o seu afastamento do comando da legenda por decisão do STF. De acordo com o portal de notícias Notibras, seus articuladores são a esposa e o advogado.
Segundo Notibras, esse poder de mando advindo de Jefferson foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, que teve aceso a supostas mensagens de texto e áudio trocadas entre Roberto Jefferson e seus correligionários em grupos privados de WhatsApp.
Em prisão domiciliar, Jefferson foi substituído no comando do PTB por Graciele Nianov. Agora o ex-deputado parece mirar sua artilharia contra a presidente, conforme sugerem as trocas de mensagens.
A missão de afastar a presidente, supostamente, coube a um dos comandantes da legenda no Rio Grande do Sul. A ordem do ‘nosso leão conservador’ é a destituição antes da abertura da janela para troca de partidos, afirma um petebista em uma das mensagens. Uma das razões seria a aproximação que a presidente busca com partidos alinhados ao governo.
O entrevero, porém, parece ter muitos motivos. Um deles está ligado ao fundo partidário. O PTB conta com 150 milhões de reais para o pleito deste ano. O caso, inclusive, foi parar na justiça, porque aliados de Jefferson trocaram as senhas da legenda e impediram o acesso da presidente do partido ao dinheiro.
Se voltar à presidência do PTB, Roberto Jefferson terá poder sobre esse dinheiro. Assim ele terá o poder de atrair para o seu lado gente de mais confiança, inclusive em condições de bater de frente com o PL de Valdemar Costa Neto e o PP de Arthur Lira, dois escudeiros de Jair Bolsonaro.
Razões de preocupação no PTB não faltam. Afinal, quanto mais cresce a influência de Ciro Nogueira e Arthur Lira sobre Bolsonaro, mais definha o poder de barganha de Jefferson junto ao Palácio do Planalto.
Foto: Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil