Racismo de crianças leva pais a exigir diversidade nas escolas de elite

“Chocolate” foi o nome que Maria Helena, 6, deu à cor que ela inventou. Havia colocado a mãozinha ao lado do papel com a mistura de marrom, amarelo e rosa e confirmou: parecia bastante seu tom de pele. Foi, inclusive, a primeira a entregar a lição naquela turma do último ano do infantil do Colégio Vera Cruz, em São Paulo. Uma hora depois, diante dos nomes que seus colegas deram às suas próprias cores, ficou insegura e quis trocar.

Na mesma atividade, a professora auxiliar Thatiany Cândido, 35, também negra — que teve seu tom de pele mais claro definido como “lama” por outra criança — puxou Maria Helena de canto. E disse, olhos no olhos: “Você não tem que fazer como seus amigos. Você pode se sair tão bem quanto eles. E, nesse caso, você se saiu até melhor”.