Justiça autoriza aborto para menina do PI, mas procedimento não é realizado

Mãe da garota diz ser contra interrupção porque médicas de maternidade apontaram risco; especialista diz que corpo não está preparado para gestação

A juíza Elfrida Costa Belleza, da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina, autorizou o aborto legal de uma menina grávida após ser estuprada pela segunda vez no Piauí. O procedimento, no entanto, ainda não foi realizado, mesmo uma semana após o aval. A mãe da garota, contra a interrupção da gravidez, disse que acionou a Justiça para recorrer da decisão.

A garota tinha então dez anos quando engravidou pela primeira vez após ser estuprada em janeiro de 2021. Um ano depois de ter o direito ao aborto desrespeitado e dar à luz , a menina, com 11 anos, foi novamente vítima de violência sexual e ficou grávida. O corpo de uma criança dessa idade não está preparado para uma gestação, diz o obstetra André Luiz Malavasi, do Hospital da Mulher de São Paulo.