Ex-primeira-ministra da Dinamarca vai a jogo com detalhes de arco-íris na roupa

Cores que representam a comunidade LGBT são proibidas no país, que pune com prisão os homossexuais

A ex-primeira-ministra da Dinamarca Helle Thorning-Schmidt, que atua como presidente do Comitê de Governança e Desenvolvimento da Associação Dinamarquesa de Futebol, marcou presença no jogo da seleção de seu país com uma roupa que pode ser mal vista por autoridades do Catar. Dinamarca e Tunísia estrearam nesta terça-feira, 22, na Copa do Mundo.

Fotos da agência Reuters mostram Helle com um look azul decorado, na região das mangas, com as cores do arco-íris, que representam a comunidade LGBT. O símbolo foi proibido no torneio, já que o país pune com prisão os homossexuais.

Em entrevista ao local DR Sporten, ela afirmou que é melhor discutir os problemas no Catar do que ficar em casa. “Acho que é assim que podemos criar mudanças. Não boicotando, não ficando em casa, não gritando com ninguém”.

Por causa da perseguição contra os LGBTs no país do Golfo, muitos profissionais têm usado formas de se expressar e dar apoio à comunidade. Na segunda-feira, 21, uma narradora da Alemanha, Claudia Neumann, usou uma blusa com as cores do arco-íris na partida entre Estados Unidos e País de Gales pela TV alemã ZDF.

Alguns, no entanto, não tiveram tanta sorte. Segundo a Reuters, um jornalista dos Estados Unidos contou que foi detido brevemente na segunda-feira quando tentou entrar em um estádio usando uma camiseta de arco-íris.

Grant Wahl, ex-jornalista da revista Sports Illustrated, disse que a segurança da Copa do Mundo impediu sua entrada e pediu que ele tirasse a camisa. Ele disse que seu celular foi retirado quando tuitou sobre o incidente. “Estou bem, mas foi um tormento desnecessário”, escreveu.

Wahl acrescentou que um comandante da segurança depois o abordou, pediu desculpas e permitiu que ele entrasse no estádio. Ele também disse que recebeu um pedido de desculpas de um representante da Fifa, a entidade que comanda o futebol mundial. 

Além disso, sete países europeus que disputam a Copa do Mundo abandonaram os planos para que seus capitães utilizassem braçadeiras do movimento “One Love”, após a Fifa ameaçar punir com cartão amarelo qualquer jogador que usasse a braçadeira colorida, que foi introduzida para apoiar a diversidade e a inclusão. 

No jogo entre Inglaterra e Irã, o capitão da seleção inglesa, Harry Kane, pretendia usar o acessório em apoio à comunidade LGBT, mas como poderia tomar cartão, desistiu da ideia e usou uma braçadeira permitida pela Fifa, onde se lia “sem discriminação”.