Em 2014, um pesquisador chamado Sheldon Cohen, da Universidade Carnegie Mellon (EUA), divulgou os resultados de uma pesquisa realizada por ele, na qual informava ter constatado que abraçar alguém traz benefícios para a saúde mental, diminuindo o estresse e dando sensação de bem-estar.
Em 2020, durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, muitas pessoas relatavam sentir saudade e desejo de abraçar familiares e pessoas amigas, demonstrando o que Cohen já havia dito lá em 2014: o contato físico (no caso, o abraço) traz benefícios emocionais para as pessoas que exercem essa troca.
Sem dúvidas, o abraço é uma das expressões de afeto que agradam muitas pessoas. De comerciais de margarina a propagandas de cosméticos, o abraço se faz presente como uma forma genuína de amizade, amor e companheirismo.
“Receber um abraço é uma delícia.”
“Quem é que não gosta de um abraço bem apertado e demorado?”
Deixa eu contar uma coisa: há muitas pessoas que não gostam de abraço. E não há nada de errado com elas.
Não gostar de receber abraços nem sempre está relacionado a algum trauma. A grande questão é que nossa sociedade tem dificuldade em compreender e acolher aquilo que foge de um padrão colocado. Nós, pessoas da cultura latino-americana, somos estereotipadas como um povo do contato físico, do abraço constante, e esse comportamento é esperado de nós.
Então quando alguém informa não gostar de abraçar, as demais pessoas que gostam de abraços querem uma explicação.
“Nossa! Por quê? Foi algum trauma?”
“Que frescura!”
Na realidade, o que essas pessoas estão fazendo é demonstrar que só reconhecem uma forma de receber e dar acolhimento e tudo que foge de seu roteiro preestabelecido gera desconforto.