O esquema comandado por Saul Klein ia além de abusar sexualmente de meninas, afirma o procurador do Trabalho Gustavo Tenório Accioly: era montado para traficar, enganar e fazer reféns. Esse foi o entendimento que levou o MPT (Ministério Público do Trabalho) a entrar, na terça-feira (18), com uma ação civil pública contra o empresário, filho de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, pelo crime de “tráfico de pessoas para submissão a condições análogas às de escravo, com trabalhos de natureza sexual”.
Segundo o procurador, ficou comprovado pelas investigações que as garotas —com idades a partir de 16 anos e em “situação de completa vulnerabilidade”— tinham celulares confiscados, eram submetidas a restrições alimentares e cercadas de seguranças armados.
“Tentei ver a linha genética desse caso”, afirma Accioly em entrevista ao UOL, referindo-se ao fato de o pai de Saul também ser acusado de violência sexual contra adolescentes e crianças.