A segunda etapa do Vigisan (Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), divulgada hoje, revela que a fome atormenta mais os lares em que vivem crianças com menos de dez anos.
De acordo com o levantamento, 37,8% dos domicílios onde moram essas crianças enfrentam insegurança alimentar grave ou moderada, ou seja, passam fome ou têm uma dieta insuficiente. O percentual é 7 pontos maior do que a média nacional, de 30,7%, quando levados em conta todos os domicílios.
O levantamento foi realizado pela Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), que envolve seis entidades parceiras. Em junho, a primeira fase da pesquisa mostrou que 33 milhões de brasileiros estão em insegurança alimentar grave, ou seja, passam fome.
“Fica claro que, quanto maior a quantidade de crianças em uma casa, maior a chance de ter insegurança alimentar, mais fome. Há uma relação direta porque a demanda das crianças é maior”, afirma Rosana Salles Costa, do Instituto de Nutrição da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadora da rede Penssan.