Desempregados dormem na fila da assistência social em busca de ajuda; Distrito Federal é unidade da federação com o maior aumento de crianças abaixo do peso e de famílias na pobreza
ão são nem oito da manhã e mais de cem pessoas esperam na fila diante do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Estrutural, no Distrito Federal. Na terça-feira, 19 de julho, uma mulher de cabelos escuros, chinelo de dedo nos pés, é a primeira da fila. Só conseguiu essa proeza porque chegou cedo, muito cedo: Sulamita do Nascimento, de 28 anos, desempregada, mãe de três filhos, dormiu na fila. “Tô aqui desde às sete da noite de ontem. Só tinha eu e mais umas dez pessoas até umas nove da noite, depois foi juntando essa gente toda aí. Infelizmente, tenho que dormir na fila, correndo o risco de acontecer algo perigoso, para ser atendida”, completa. Como ela, quem espera na fila do Cras busca algum tipo de ajuda, qualquer ajuda, para tentar colocar comida na mesa. “Aqui tá todo mundo desempregado”, conta Nascimento.