Assistir televisão escondido já foi sina da intelectualidade brasileira. Chacrinha, que virou cult agora, fazia muita gente revirar os olhos. Mas nem por isso o pessoal deixava de ver o programa.
Era comum ouvir comentários elitistas asquerosos que começavam com “estava passando na porta do quarto da minha empregada quando vi a cena tal no Chacrinha”. Obviamente era para condenar o programa. E a cena durava mais ou menos uma hora.
Nos últimos anos, é a paquita de populistas quem vê novelas escondida. Foi no governo Lula que começou a moda da militância atacar equipes de televisão, o que foi minimizado pela própria imprensa. Vigorava a máxima que “repórter não é notícia”.
Mas é impossível negar que ninguém encarnou a cruzada contra a Rede Globo e a imprensa em geral de forma tão perfeita quanto Jair Bolsonaro. Obviamente foi mais no discurso que na prática.
Para os militantes, no entanto, pouco importou adotar uma palavra de ordem similar a “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, entoada pelo petismo. A hashtag #GloboLixo virou um hit da militância bolsonarista.
UOL