A OMC (Organização Mundial do Comércio) concluiu na madrugada desta sexta-feira sua primeira reunião ministerial em cinco anos. Mas apesar de chegar a um acordo parcial sobre vacinas e pesca, governos não conseguiram se entender sobre o futuro do comércio agrícola, uma das principais prioridades do Brasil.
O centro do debate era a capacidade de países de manter estoques de alimentos. Numa tentativa de frear uma proposta da Índia que ameaçava as exportações brasileiras, o Itamaraty propôs um acordo permanente para permitir que países mais pobres e importadores de alimentos pudessem manter e criar estoques de grãos e outros produtos, mas sem que isso significasse medidas protecionistas ou distorções do comércio.
O temor do Brasil e de outros países exportadores de commodities era de que, sem regras claras, manobras diplomáticas por parte de Índia e outros governos acabassem criando uma concorrência desleal para os produtos nacionais no mercado internacional.