Depois de uma série de votações do Brasil se distanciando de uma ofensiva internacional para isolar o presidente Vladimir Putin, os países ocidentais estão preocupados com o posicionamento “ambiguamente pró-Rússia” adotado pelo governo de Jair Bolsonaro.
Nesta semana, o Itamaraty optou pela abstenção diante da proposta de suspender a Rússia de sua vaga no Conselho de Direitos Humanos da ONU, destoando de praticamente todos os governos sul-americanos. Se não bastasse, o Brasil evitou condenar explicitamente Moscou pelas atrocidades descobertas em Bucha, cidade na periferia de Kiev onde valas comuns foram encontradas com dezenas de corpos. Na OIT (Organização Internacional do Trabalho), G20, Unesco e em outros organismos internacionais, a postura brasileira tem sido a de evitar um isolamento completo da Rússia.
Um dos argumentos da diplomacia brasileira é que tal isolamento poderia aprofundar a crise e ainda minar a própria credibilidade dos organismos internacionais. Numa nota, o Itamaraty também destacou como tais gestos poderiam aprofundar a polarização no conflito e dificultar um eventual acordo de paz.
Há ainda o interesse bilateral, principalmente depois que Putin foi o único chefe de estado de uma grande potência que recebeu Jair Bolsonaro nos últimos meses.