Uma mancha de ar seco cobre mais de 3.000 km do território brasileiro desde segunda (9) e tornou o tempo tão seco que o ar em alguns estados pode ter umidade relativa igual a de um deserto. Para combater situações extremas como esta, alguns países já fazem chover artificialmente.
Chamado de cloud seeding, ou semeadura de nuvens, este processo produz chuvas artificialmente a partir da manipulação de nuvens já existentes. Ele é implantado quando as condições de vento, umidade e poeira são insuficientes para causar a precipitação.
As nuvens são compostas por minúsculos cristais de gelo ou gotículas de água, e se formam quando o vapor da água esfria na atmosfera. A precipitação — a água que cai na superfície como chuva ou neve — acontece quando essas gotículas se condensam e se combinam com partículas de poeira, sal ou fumaça. Essa ligação cria uma gota ou floco de neve, composto por milhões dessas gotículas, que fica “pesado” e cai de uma nuvem.
Na semeadura de nuvens, agentes químicos como iodeto de prata são lançados contra as nuvens e facilitam aglomeração das gotículas. Drones, pequenos aviões ou helicópteros voam entre as nuvens apontadas liberando as substâncias. Com essa intervenção, o vapor de água se condensa e vira chuva.
Técnica não cria chuva, apenas antecipa. Ou seja, em regiões áridas, onde quase não há nuvens do céu ou os níveis de vapor de água são muito baixos, a semeadura não funciona.
Nem toda nuvem pode ser “bombardeada” para chover. As mais indicadas são as cumulus, que se formam no alto de montanhas. Temperatura e tamanho também precisam ser ideais, por isso as nuvens são selecionadas por meteorologistas antes da semeadura — por isso, o método ficou conhecido como “chuva de laboratório”.