Um incêndio que devastou 17,8 mil hectares do Pantanal na última semana começou a partir de uma faísca durante a manutenção de trilhos da Rumo Malha Oeste, empresa do grupo Rumo, maior administrador de ferrovias do país. O fogo começou no dia 16 de agosto, em Corumbá (MS), e levou seis dias para ser controlado. A empresa foi autuada pelo Ibama com multas que somam R$ 57 milhões.
“Estamos em condições de baixa umidade, de muita seca e vento forte. Tinha vegetação seca ao redor da linha, porque a Rumo não estava fazendo a limpeza adequada. Qualquer faísca poderia causar um incêndio, que foi o que aconteceu”, explica Ana Cacilda Rezende Reis, analista ambiental do Ibama.
A empresa tinha autorização para realizar a manutenção nos trilhos, mas há uma série de requisitos para o serviço ser realizado, como a limpeza da vegetação no entorno e a manutenção de equipamentos para controle de fogo no local. Segundo a fiscalização, as exigências não foram cumpridas.
“É imperícia, imprudência e negligência”, resume a fiscal do Ibama. “Estamos com o uso de fogo completamente proibido, é público e notório os graves incêndios florestais e as condições climáticas adversas. Se a Rumo foi fazer uma manutenção – que era obrigação dela para garantir a segurança da linha -, e se essa máquina libera faíscas, teria que ter tido um cuidado ainda maior com a proteção”, complementa.