Brasil deve seguir modelo da Dinamarca e taxar “arroto do boi”?

Depois de meses de discussão com diferentes setores, a Dinamarca anunciou que irá taxar a emissão de gases do efeito estufa liberados pela produção agropecuária a partir de 2030, o primeiro país do mundo a tomar essa medida. O movimento visa combater as mudanças climáticas, impondo uma tributação direta sobre os produtores de gado e agricultores para atingir a meta de neutralidade de carbono até 2045.

A partir de 2030, será cobrado um imposto de 300 coroas dinamarquesas (R$ 240) por tonelada de CO2 gerada pelas fazendas. O objetivo é que os produtores diminuam as emissões por meio do uso de tecnologia, neutralização de carbono ou redução da produção.

A economista ambiental e de recursos Mette Termansen é professora da Universidade de Copenhagen e integrou a equipe de criação da lei no Ministério de Alimentação, Agricultura e Pesca. Segundo a economista, o grupo considerou o equilíbrio em três frentes:

  • A relação custo-eficácia;
  • A distribuição do imposto e de subsídios pelos subsetores agrícolas (pecuária e cultivo);
  • E o risco de fuga de carbono (ou seja, que as reduções nas emissões dinamarquesas sejam refletidas por aumentos nas emissões em outros locais)