Veículo não tripulado faz parte de uma missão para desvendar as origens do satélite natural por meio da análise da composição das rochas
O Japão vai tentar pousar o seu explorador de alta precisão “Moon Sniper” na superfície lunar nesta sexta-feira, 19, às 11 horas (horário de Brasília) utilizando a tecnologia pioneira de “aterrissagem por pontos” para conduzir o explorador robótico até um ponto preciso.
O pouso, se for bem sucedida, será também histórico por outra razão: será o primeiro pouso do Japão na Lua, tornando-o quinto país – e o terceiro neste século, depois da China e da Índia – a conseguir tal feito.
“O objetivo desta missão é aterrissar onde se quer aterrissar, em vez de pousar onde se pode pousar”, disse Hiroyuki Kamata, professor da Universidade Meiji, em Tóquio, que ajudou a desenvolver o sistema de navegação baseado na visão para o SLIM, como é conhecido o Smart Lander for Investigating Moon (Nave inteligente para investigação da Lua, em tradução livre).
O veículo, não tripulado, faz parte de uma missão para desvendar as origens da lua por meio da
análise da composição das rochas, segundo a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA). Também facilitará o recolhimento de amostras do permafrost lunar (área congelada), o que poderá ajudar a desvendar mistérios sobre os recursos hídricos na Lua.
A nave espacial tem como objetivo pousar perto de uma pequena cratera de impacto lunar chamada Shioli, perto do Mar de Néctar, às 11 horas da manhã desta sexta-feira. O objetivo é aterrissar a menos de 100 metros do seu alvo, o que é muito mais ambicioso do que a habitual zona de aterrissagem de vários quilômetros.
A JAXA lançou o veículo espacial em setembro do ano passado e o mesmo entrou em órbita lunar no dia 25 de dezembro de 2023. Na segunda-feira, 15, a JAXA confirmou que iria iniciar a descida para a aterrissagem nesta sexta-feira.
“O maior desafio é o fato de só termos uma oportunidade”, disse Shinichiro Sakai, gestor do projeto SLIM, no mês passado. “O teste final será durante os últimos 20 minutos da aterrissagem. O que passamos 20 anos a desenvolver será testado em apenas 20 minutos. Precisamos conseguir.”